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A questão da documentação da área.26/01/2018Como já é sabido, nossa área foi adquirida junto à justiça do trabalho e fazia parte da massa falida da antiga Granja Coavi. Esta área havia sido arrestada pela Justiça do Trabalho como garantia de pagamento dos 63 trabalhadores remanescentes da antiga empresa.

Pois bem, ao tomar conhecimento da disponibilidade da área fizemos uma proposta de compra e pagamento em 36 parcelas, que se iniciaram em janeiro de 2012 e se completaram em dezembro de 2014, data em que ao quitar nossas obrigações tratamos de requerer a posse da área e a transferência para o nome da Coophesp.

Vinte meses depois (repetindo: 20 meses depois) ou seja, em agosto de 2016 conseguimos obter junto à Justiça do Trabalho a carta que autozizava a transferência da área para o nosso patrimônio. Ato contínuo, tratamos de protocolizar tal documento junto ao Cartório de Registro de Imóveis da cidade de Cosmópolis. Daí começou a via sacra.

Vieram inúmeras exigências. Entre elas, o cartório exigiu provas de que os antigos proprietários e seus herdeiros foram legal e legítimamente tratados durante todo o processo trabalhista que envolveu e granja e seus responsáveis. E onde fomos buscar estes subsídios? No próprio processo.

Numa coletânea de quase trinta volumes de um processo que se arrastava a mais de 18 anos, pesquisamos diligentemente, junto com nosso jurídico, livro a livro, página a página até que todos os quesitos do cartório fossem respondidos. Cada citação e cada manifestação dos envolvidos foi levantada como prova de seu conhecimento e participação ativa no processo. O cartório recebeu este trabalho e entendeu que este ponto estava superado.

Mas tínhamos pela frente outro obstáculo a vencer: durante o período em que estávamos pagando a área surgiu na matrícula de registro da granja uma penhora da Fazenda Estadual que em processo paralelo vinha cobrar débitos da antiga empresa e de seus proprietários. Esta penhora nos empenhou ao máximo, pois comprometia um patrimônio da Coophesp e seus cooperados e pelo qual vínhamos pagando corretamente. Tentamos em vão contato com os procuradores do Estado. Pasmem: estas celebridades “só se manifestam no processo” como costumam repetir.

Se é assim, assim será pensamos. Preparamos um recurso que envolveu centenas de páginas que comprovavam nossa boa fé e demos entrada.

Aguardamos por volta de uns quatro meses e num abençoado dia pudemos comprovar que a penhora estava cancelada e os procuradores trataram de ir buscar a quitação do débito junto ao patrimônio dos ex-proprietários e seus herdeiros.

Restava ainda uma última e decisiva condição para que a área passasse para a Coophesp: a carta que a Justiça do Trabalho de Paulínia nos concedeu autorizando o registro em nosso favor continha erros que precisavam ser corrigidos. Mas como cobrar o Poder Judiciário e pedir a correção sem melindrar as autoridades?

Recorremos ao Cartório de Cosmópolis e solicitamos um documento que apontasse os “equívocos” existentes na carta da justiça. Com este documento e a carta errada voltamos à Justiça do Trabalho e algum tempo depois obtivemos a carta feita corretamente.

Protocolizamos tudo novamente no cartório de registro e hoje temos nossa matrícula devidamente registrada em nome da Coophesp.

Gastamos quase o mesmo tempo de pagar a área para conseguir seu registro, mas hoje podemos orgulhosamente dizer que cada sócio-cooperado ativo é “dono” desta área que adquirimos à custa de esforço e bastante sacrifício.

E olhando para ela podemos dizer também que cada centavo ali investido e cada minuto ali empenhado valeu muito à pena. Muito mesmo.