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A questão do passivo ambiental.26/01/2018O que vem a ser isso? E o que isso tem a vem com a Coophesp? Vou explicar grosseiramente: imagine um cidadão que cai de um navio em alto mar e vai parar em uma ilha deserta. Só ele. Sózinho com Deus.
Pois bem, sua primeira preocupação é matar a sede, procura e encontra uma mina de água potável e dela bebe até se fartar. E aproveita para tirar o sal do corpo, contaminando a fonte que matou sua sede.
Meia hora depois, sente uma vontade incontrolável de fazer xixi. Encosta no primeiro coqueiro que vê e deságua ali mesmo. Note: esta ilha deserta sobreviveu deserta até o incidente deste cidadão e agora recebe em milhões e milhões de anos de existência do universo seu primeiro jato de urina e tudo de ruim que vem com ela (se prestasse o organismo não precisaria eliminar).
Contei que ele fez xixi no coqueiro. Daí olhou em volta e viu côcos no chão. Bateu aquela fominha de náufrago, recolheu uns côcos e deu com eles nas pedras ao redor para quebrá-los. Bebeu parte da água de côco, raspou e comeu da polpa doce e macio do fruto do coqueiro. As cascas e o que sobrou ficaram por ali mesmo.
Passadas algumas horas, feita a digestão vem aquela cólicazinha abdominal típica que o fez perguntar: onde é o banheiro por aqui? Foi para traz de uma pedra (não sei porque já que estava sózinho...) e ali deixou o produto desprezado por seu aparelho digestório.
Em resumo: em algumas horas na ilha deserta o cidadão bebeu água, lavou-se na fonte, urinou no coqueiro, quebrou e comeu côcos e defecou atrás da pedra. Isso é passivo ambiental.
O ser humano desde que nasce produz passivos ambientais. As simples funções orgânicas de comer, beber, respirar até mesmo se vestir, estudar, trabalhar, se reproduzir, adquirir bens e deles se desfazer, são geradores de passivos ambientais.
Onde isso se encaixa na Coophesp? Pois bem: uma família, que não vem ao caso agora, adquiriu a dezenas de anos atrás uma gleba e nela instalou um galinheiro. Este prosperou e tornou-se uma granja. Esta contratou dezenas de funcionários que ali foram morar com suas famílias e construíram casas, e procriaram, e plantaram, e criaram seus animais domésticos em currais, galinheiros, cercados, etc.
A granja ampliou as instalações e construiu dezenas de barracões adaptados ao seu negócio. Que um dia começou a andar para trás. Faliu. E tudo foi sendo abandonado. Restaram alguns poucos trabalhadores morando na área até que um dia veio a invasão.
Inicialmente, algumas centenas de pessoas ocuparam casas abandonadas, galpões, depósitos, etc. No auge da ocupação, estima-se que três mil pessoas residiam na área. Comendo, bebendo, urinando, defecando, produzindo lixo, enfim, produzindo tudo aquilo que sabemos que a presença do ser humano deixa onde passa. Mas não é tudo. O pior estava por vir.
Arrastou-se um processo por mais de dez anos para desocupação da área, centenas de famílias iam e vinham num negócio promissor de ceder espaço na invasão em troca de polpudas quantias e promessas de que estas famílias não seriam retiradas dali. Dizem que a justiça tarda, mas não falha. Eu costumo dizer que justiça tardia, já é justiça falha.
Um belo dia encerrou-se o processo e marcou-se a desocupação. Muita gente sabedora disso pegou suas coisas e partiu, deixando atrás de si tudo que não lhe interessava mais. Alguns resistiram e foram retirados à força. Eles deixaram também na área seu passivo ambiental. Permaneceram ná área, como guardiões da mesma, apenas algumas famílias autorizadas pela justiça.
Sobraram as casas desocupadas, os barracões, galpões e depósitos, chiqueiros, galinheiros, currais e quiosques improvisados pelos ocupantes. A decisão da justiça foi: todo e qualquer prédio de alvenaria ou madeira que não sejam aqueles autorizados a permanecer, devem ser demolidos. E foram. Sem qualquer critério de separação de materiais, até mesmo para aproveitamento futuro, tudo foi destruído e restou a paisagem de terra arrasada que hoje cuidamos. Uma imensidão de passivo ambiental.
Centenas, talvez milhares de toneladas de entulho com misturas de materiais de toda sorte e que mais dia, menos dia deverão ser removidos da área.
E removidos para onde? É altamente custoso remover, transportar e depositar estes entulhos onde quer que seja. E é crime ambiental deixá-los em qualquer lugar sem as licenças próprias. Podemos moer e reutilizar. Sim, podemos. Qual o custo disso? Não sabemos ainda. Até porque teria que passar por separação, ítem a ítem e depois verificar o que se aproveita.
A área não deixou de ser interessante por conta disso, até porque hoje em dia não existe lugar no mundo sem passivos ambientais.
Enquanto meditamos, conversamos e debatemos sobre as possíveis soluções para esta questão do passivo ambiental, estamos abertos a idéias de sócios-cooperados que de repente trabalham na área e podem dar sua contribuição à Coophesp. Toda ajuda é muito bem vinda.
A seguir trataremos da questão do saneamento básico. Falaremos da necessidade premente de água na região e do necessário tratamento de esgotos para evitar mais e mais passivos ambientais a cada ocupação humana, seja ela ordenada e legal ou não.
Pois bem, sua primeira preocupação é matar a sede, procura e encontra uma mina de água potável e dela bebe até se fartar. E aproveita para tirar o sal do corpo, contaminando a fonte que matou sua sede.
Meia hora depois, sente uma vontade incontrolável de fazer xixi. Encosta no primeiro coqueiro que vê e deságua ali mesmo. Note: esta ilha deserta sobreviveu deserta até o incidente deste cidadão e agora recebe em milhões e milhões de anos de existência do universo seu primeiro jato de urina e tudo de ruim que vem com ela (se prestasse o organismo não precisaria eliminar).
Contei que ele fez xixi no coqueiro. Daí olhou em volta e viu côcos no chão. Bateu aquela fominha de náufrago, recolheu uns côcos e deu com eles nas pedras ao redor para quebrá-los. Bebeu parte da água de côco, raspou e comeu da polpa doce e macio do fruto do coqueiro. As cascas e o que sobrou ficaram por ali mesmo.
Passadas algumas horas, feita a digestão vem aquela cólicazinha abdominal típica que o fez perguntar: onde é o banheiro por aqui? Foi para traz de uma pedra (não sei porque já que estava sózinho...) e ali deixou o produto desprezado por seu aparelho digestório.
Em resumo: em algumas horas na ilha deserta o cidadão bebeu água, lavou-se na fonte, urinou no coqueiro, quebrou e comeu côcos e defecou atrás da pedra. Isso é passivo ambiental.
O ser humano desde que nasce produz passivos ambientais. As simples funções orgânicas de comer, beber, respirar até mesmo se vestir, estudar, trabalhar, se reproduzir, adquirir bens e deles se desfazer, são geradores de passivos ambientais.
Onde isso se encaixa na Coophesp? Pois bem: uma família, que não vem ao caso agora, adquiriu a dezenas de anos atrás uma gleba e nela instalou um galinheiro. Este prosperou e tornou-se uma granja. Esta contratou dezenas de funcionários que ali foram morar com suas famílias e construíram casas, e procriaram, e plantaram, e criaram seus animais domésticos em currais, galinheiros, cercados, etc.
A granja ampliou as instalações e construiu dezenas de barracões adaptados ao seu negócio. Que um dia começou a andar para trás. Faliu. E tudo foi sendo abandonado. Restaram alguns poucos trabalhadores morando na área até que um dia veio a invasão.
Inicialmente, algumas centenas de pessoas ocuparam casas abandonadas, galpões, depósitos, etc. No auge da ocupação, estima-se que três mil pessoas residiam na área. Comendo, bebendo, urinando, defecando, produzindo lixo, enfim, produzindo tudo aquilo que sabemos que a presença do ser humano deixa onde passa. Mas não é tudo. O pior estava por vir.
Arrastou-se um processo por mais de dez anos para desocupação da área, centenas de famílias iam e vinham num negócio promissor de ceder espaço na invasão em troca de polpudas quantias e promessas de que estas famílias não seriam retiradas dali. Dizem que a justiça tarda, mas não falha. Eu costumo dizer que justiça tardia, já é justiça falha.
Um belo dia encerrou-se o processo e marcou-se a desocupação. Muita gente sabedora disso pegou suas coisas e partiu, deixando atrás de si tudo que não lhe interessava mais. Alguns resistiram e foram retirados à força. Eles deixaram também na área seu passivo ambiental. Permaneceram ná área, como guardiões da mesma, apenas algumas famílias autorizadas pela justiça.
Sobraram as casas desocupadas, os barracões, galpões e depósitos, chiqueiros, galinheiros, currais e quiosques improvisados pelos ocupantes. A decisão da justiça foi: todo e qualquer prédio de alvenaria ou madeira que não sejam aqueles autorizados a permanecer, devem ser demolidos. E foram. Sem qualquer critério de separação de materiais, até mesmo para aproveitamento futuro, tudo foi destruído e restou a paisagem de terra arrasada que hoje cuidamos. Uma imensidão de passivo ambiental.
Centenas, talvez milhares de toneladas de entulho com misturas de materiais de toda sorte e que mais dia, menos dia deverão ser removidos da área.
E removidos para onde? É altamente custoso remover, transportar e depositar estes entulhos onde quer que seja. E é crime ambiental deixá-los em qualquer lugar sem as licenças próprias. Podemos moer e reutilizar. Sim, podemos. Qual o custo disso? Não sabemos ainda. Até porque teria que passar por separação, ítem a ítem e depois verificar o que se aproveita.
A área não deixou de ser interessante por conta disso, até porque hoje em dia não existe lugar no mundo sem passivos ambientais.
Enquanto meditamos, conversamos e debatemos sobre as possíveis soluções para esta questão do passivo ambiental, estamos abertos a idéias de sócios-cooperados que de repente trabalham na área e podem dar sua contribuição à Coophesp. Toda ajuda é muito bem vinda.
A seguir trataremos da questão do saneamento básico. Falaremos da necessidade premente de água na região e do necessário tratamento de esgotos para evitar mais e mais passivos ambientais a cada ocupação humana, seja ela ordenada e legal ou não.